Quinze candidatos à Câmara de Vereadores de Santa Bárbara d`Oeste nas eleições deste ano foram mais bem votados do que pelo menos um candidato que conquistou a 19ª cadeira do Legislativo. Tudo por conta dos cálculos do quociente eleitoral.
Acontece que o sistema adotado para a eleição de vereadores no país é o proporcional, ou seja, considera os quocientes eleitoral e partidário, além de sobras e médias. Nesse modelo, nem sempre o candidato mais votado conquista a vaga, porque a definição dos eleitos depende do desempenho do partido ou federação.
Para determinar os eleitos, primeiro é feito o cálculo da distribuição de cadeiras entre os partidos na Câmara — o número de cadeiras a que eles terão direito.
O parâmetro para verificar o desempenho de cada sigla é o quociente eleitoral, obtido pela divisão do número total de votos válidos (excluindo brancos e nulos) pelo número de cadeiras em disputa. Só têm direito à vaga na Câmara os partidos que atingirem esse número, uma espécie de índice mínimo.
Um segundo cálculo define quantas vagas o partido terá. O quociente partidário é o número de votos válidos obtidos pela legenda, dividido pelo quociente eleitoral.
O resultado indica o número de cadeiras a que uma legenda tem direito. Essas vagas serão preenchidas pelos candidatos a vereador que obtiveram mais votos na eleição.
Nesse sistema, pode ocorrer de um candidato bem votado não conseguir um mandato porque seu partido não obteve votos suficientes para conquistar espaço no Legislativo, porque como o resultado do candidato depende do desempenho da legenda, entende-se que o mandato pertence ao partido, e não ao político.
Por isso, nos casos de infidelidade partidária, por exemplo (quando um político não observa as diretrizes da agremiação à qual é filiado ou abandona o partido sem justificativa) o vereador pode perder o mandato eletivo.
Confira a seguir os 19 candidatos eleitos ou reeleitos e depois os 15 que conseguiram boa votação mas ficaram na suplência. Os que estão em negrito já são vereadores na atual legislatura.
Candidatos eleitos
1º) ESTHER MORAES (PV) 3.355
2º) JOI FORNASARI (DC) 2.781
3º) KIFÚ (PL) 2.448
4º) JUCA BORTOLUCCI (MDB) 2.343
5º) TIKINHO TK (DC) 2.326
6º) ISAC MOTORISTA (Republicanos) 2.218
7º) CARECA DO ESPORTE (PRD) 2.141
8º) ALEX DANTAS (PL) 1.929
9º) GUSTAVO BAGNOLI GONÇALVES (PL) 1.842
10º) ARNALDO ALVES (PRD) 1.841
11º) FELIPE CORÁ (PL) 1.824
12º) CARLOS FONTES (União Brasil) 1.487
13º) PAULO MONARO (PSD) 1.429
14º) MARCELO JOSÉ MORAES (Republicanos) 1.421
15º) CELSO ÁVILA (Solidariedade) 1.359
16º) JESUS VENDEDOR (União Brasil) 1.249
17º) RONY GONÇALVES DA SILVA (Republicanos) 1.135
18º) CABO DORIGON (Podemos) 1.029
19º) LUCIO DONIZETE ROCHA DA SILVA (Agir) 737
Candidatos não eleitos
RODRIGO CRIVELARO (PT) 1.478
VILSON BERLANDA (PRD) 1.345
KATIA FERRARI (MDB) 1.345
BACHIN JÚNIOR (MDB) 1.150
ABNADAR REIS FILHO (União Brasil) 1.128
ADALTO APARECIDO DIAS FERRAZ (Solidariedade) 910
DARTANHAN ARAMIS DE CAMPOS (PSD) 897
NILSON ARAÚJO RADIALISTA (PL) 827
RAFAEL DE OLIVEIRA (Solidariedade) 797
CARLOS ALBERTO ZACARIAS (PL) 781
VINÍCIUS DUARTE MARTINS (Republicanos) 771
CELSO LUCCATTI CARNEIRO (Podemos) 748
Por José Flávio Scavassa
Fonte: Tribunal Superior Eleitoral – TSE e G1