Uso de Defensores Agrícolas na Proliferação da Mosca-da-carambola Pode Causar Contaminação, Alertam Especialistas
Especialistas em saúde e agricultura destacam que, embora a proliferação da mosca-da-carambola não represente riscos iminentes à saúde humana, o uso inadequado de defensores agrícolas para conter a praga pode resultar em contaminação.
A médica infectologista Flor Martinez Espinosa, pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) em Manaus, ressalta que, ao contrário de doenças transmitidas por insetos, como malária ou dengue, a mosca-da-carambola não demonstrou evidências de ser portadora de microrganismos capazes de causar doenças em humanos.
No entanto, ela alerta que, como qualquer inseto, a mosca-da-carambola pode contaminar alimentos ao pousar em lixo ou matéria fecal e, posteriormente, em alimentos consumidos por humanos. A especialista enfatiza que embora seja um evento possível, não representa um risco significativo de epidemias.
A mosca-da-carambola, originária da Indonésia, Malásia e Tailândia, foi identificada pela primeira vez no Brasil em 1996, no Amapá. O Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) declarou emergência fitossanitária em quatro estados brasileiros (Amapá, Amazonas, Pará e Roraima) devido à presença descontrolada desse inseto, que representa uma ameaça significativa à agricultura nacional.
A pesquisadora Silvia Miranda, professora da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da USP (Esalq/USP), concorda que não há risco direto de proliferação para a saúde humana. Ela destaca, no entanto, que o uso inadequado de controle químico por meio de defensores agrícolas pode resultar em contaminações, ressaltando a importância de práticas seguras no manejo dessa praga.
Texto Por: Nicolas Cruz