O presidente do Comitê Internacional de Resgate, David Miliband, pediu nesta quarta-feira (8) um cessar-fogo humanitário em Gaza por “um período de pelo menos cinco dias”, enfatizando que esse é o prazo “mínimo absoluto” necessário para permitir que as agências de ajuda aliviem parte do sofrimento humanitário no território.
“É mais do que urgente conseguir este cessar-fogo humanitário para que as nossas equipes possam fazer seu trabalho e os parceiros que temos dentro de Gaza possam fazer o seu trabalho. Porque muitos, muitos já estão mortos, mas muitos, muitos mais vão perder suas vidas em breve”, disse Miliband em entrevista à CNN.
Miliband supervisiona as operações de ajuda humanitária do Comitê Internacional de Resgate em mais de 40 países afetados por guerras, de acordo com a organização.
Nesta quarta-feira, ele disse que qualquer interrupção coordenada dos combates em Gaza “precisa ter duração suficiente se for realmente para aliviar o sofrimento humanitário e salvar vidas”, acrescentando que “já passou da hora de a comunidade mundial levar a sério o que uma pausa humanitária nos combates” ou um cessar-fogo quer dizer na prática.
“As palavras importam muito menos para nós, como agência humanitária, do que a substância da ação que ocorre”, disse Miliband.
“É preciso haver um fluxo de ajuda. Neste momento, há uma gota de ajuda”, disse Miliband à CNN. “É necessário haver um aumento massivo dos fluxos de ajuda – isto é, medicamentos, produtos não alimentares, comida, água, bens básicos da vida e combustível para fazer circular esses bens pela Faixa de Gaza.”
“Em segundo lugar, não se pode entregar ajuda sem trabalhadores humanitários”, acrescentou, dizendo que não é seguro para os trabalhadores humanitários no território neste momento e que dezenas de trabalhadores humanitários morreram.
“Em terceiro lugar – isto é essencial – temos que ser capazes de oferecer segurança para os civis que vêm receber ajuda quando trazem os seus filhos, quando trazem os seus feridos, eles têm que poder estar seguros num centro de saúde”, falou.
“As nossas equipes no terreno dizem que […] estamos à beira de algo muito, muito pior. Porque a ameaça das doenças transmissíveis, a ameaça da cólera, a ameaça do sarampo e da febre tifoide, estão aí”, acrescentou.
Numa publicação nas redes sociais nesta quarta, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, reiterou que “não haverá um cessar-fogo sem a libertação dos nossos reféns”.
Fonte: CNN Brasil