CUT reclama do novo salário mínimo e governo reconhece que está longe de cumprir promessas de campanha

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Ainda não é o fim da lua de mel do movimento sindical, ou parte dele, com o governo Lula, mas o anúncio de que o salário mínimo será de R$ 1.320, a partir de 1º de maio, desagradou à mais próxima e leal central sindical. Em recente reunião das centrais sindicais com o presidente, os representantes dos trabalhadores propuseram que o novo mínimo deveria ser de R$ 1.343.

Para o presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores) o mínimo anunciado ontem está longe de ser importante referência “para se diminuir a desigualdade social”. De acordo com nota assinada por Sérgio Nobre é preciso “remunerar corretamente a força de trabalho”.

“A CUT estuda a fundo, de forma técnica, todos as variáveis que influenciam e afetam a vida do trabalhador. Os cálculos do Dieese [Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos] mostram que, se o Programa de Valorização do Salário Mínimo não tivesse sido interrompido, hoje o valor deveria ser de R$ 1.382,71. O que significa uma valorização de 6,2% (…) Não iremos nos contentar com a proposta atual nem aplaudir quem nos está lesando”, numa clara demonstração de haver se frustrado com o anúncio do presidente Lula.

Debulhando um rosário de percentuais, Lula reconheceu a dificuldade de cumprir promessas de campanha, incluindo a correção da tabela do Imposto de Renda. “O salário mínimo terá, além da reposição inflacionária, ele terá o crescimento do PIB. Porque é a forma mais justa de você distribuir o crescimento do PIB. Não adianta o PIB crescer 14% e você não distribuir. É importante que cresça 5%, 6%, 7% e você distribuir para a sociedade”, disse o presidente à CNN.

Lula também confirmou na entrevista que vai elevar a faixa de isenção do Imposto de Renda para R$ 2.640. Hoje, quem ganha salário de até R$ 1.903,98 está desobrigado a recolher o imposto, embora, como candidato, Lula tivesse feito a promessa de chegar a R$ 5 mil. Ontem, ele preferiu falar em elevação gradual, até o fim do mandato, em 2026.

Nas redes sociais, a oposição não perdoou. Até mesmo quem foi governo, nos quatro anos de Bolsonaro, e bebia da fonte de notícias falsas reclamou do novo mínimo que teve elevação de R$ 18,00. “Com ‘dezoitão’ será que dá para comer picanha e cerveja? Isso é uma ‘fake news’ eleitoral”, disse o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), numa referência à campanha quando o então candidato do PT disse que, se vencesse as eleições, as pessoas iriam melhorar o poder aquisitivo e “poder voltar a comer picanha e tomar cerveja aos finais de semana”. Na gestão Bolsonaro, não houve aumento real do salário mínimo. Que a oposição não vai dar trégua, isso está mais do que claro, mas Lula não contava com o explícito descontentamento de uma aliada de peso, como a CUT.

Fonte: jc.ne10.uol.com.br

Foto: reprodução

 

 

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