Desmatamento: Brasil Registra uma Perda de 16% na Vegetação Herbácea e Arbustiva em Quatro Décadas

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Foto: © José Cruz/Agência Brasil

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Brasil Registra Perda de 16% na Vegetação Não Florestal em Quatro Décadas, Revela MapBiomas

Um estudo inédito do MapBiomas revela que o Brasil experimentou uma redução de 16% em sua vegetação não florestal nativa nos últimos 38 anos, totalizando 9,6 milhões de hectares de cobertura herbácea e arbustiva. Essa vegetação, composta por gramíneas, ervas e arbustos de tronco lenhoso fino, é vital para a diversidade de espécies de plantas e animais, bem como para os serviços ecossistêmicos oferecidos.

Apesar de ocupar apenas 6% do território brasileiro, a vegetação não florestal desempenha um papel crucial, abrangendo áreas como formações campestres, campos alagados, áreas pantanosas e afloramentos rochosos. O levantamento destaca que essa cobertura vegetal ocupa 50,6 milhões de hectares, o equivalente a 1,4 vezes o território da Alemanha.

Os resultados indicam que o ritmo do desmatamento dessa vegetação não florestal é semelhante ao das áreas florestais, com uma perda de 16% ao longo do período analisado. O Cerrado lidera em termos absolutos, com 2,9 milhões de hectares suprimidos, seguido pelo Pampa, que, proporcionalmente, registrou uma notável perda de 30% da vegetação em relação a 1985.

Os tipos predominantes de vegetação não florestal no Brasil são encontrados no Pantanal e no Pampa, representando 95% do total. Estados como Rio Grande do Sul (26% do território), Roraima (20%), e Amapá (14%) possuem as maiores proporções dessa vegetação. Rio Grande do Sul e Mato Grosso são os estados que mais perderam essa cobertura desde 1985, com 3,3 milhões e 1,4 milhão de hectares, respectivamente.

O Pantanal, especificamente, experimentou uma transição entre áreas naturais, com aumento da vegetação campestre não florestal devido à redução de campos alagados e áreas pantanosas. No entanto, a conversão dessas áreas naturais em pastagens exóticas, que representam mais de 700 mil hectares nos últimos 38 anos, é um motivo de preocupação devido aos possíveis danos ao solo.

O estudo destaca que 61% da vegetação herbácea e arbustiva estão em áreas privadas, totalizando cerca de 30 milhões de hectares. A proteção dessas áreas em biomas não florestais, como o Pantanal e o Pampa, é considerada baixa, representando apenas 4,1% e 1% do bioma, respectivamente.

Texto por: Nicolas Cruz

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