A Operação Carbono Oculto, considerada a maior ofensiva já realizada contra o Primeiro Comando da Capital (PCC), revelou uma complexa rede empresarial que teria sido utilizada para lavar recursos da facção criminosa. Segundo o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), 15 investigados mantêm participação societária em pelo menos 251 postos de combustíveis espalhados por quatro estados brasileiros.
Na região do Polo Têxtil, o levantamento indica 11 postos sob investigação, sendo um em Santa Bárbara d’Oeste, cinco em Americana, dois em Hortolândia e três em Sumaré.
Entre os estabelecimentos citados, três estão ligados a uma sociedade formada por Bruno Sato Alves Pereira, Door Participações Ltda. e Alkon Participações S.A., empresas associadas à Rede Alpha. Esses postos estão localizados nas avenidas Carmine Feola e Rua Igaratá, em Americana, e na Avenida Tiradentes, em Santa Bárbara d’Oeste, este último operando com a bandeira Ipiranga.
As investigações apontam ainda que Ricardo Romano, considerado um dos principais articuladores do grupo criminoso, teria ingressado no quadro societário dessa empresa. Romano é identificado pelo Gaeco como figura-chave na estrutura financeira do PCC, responsável por articular negócios e disfarçar a origem ilícita dos valores. O mesmo inquérito cita que Bruno Sato também mantém sociedade com outro investigado com possíveis vínculos com a facção.
Deflagrada em agosto, a Operação Carbono Oculto teve como alvos mais de 350 pessoas físicas e jurídicas, suspeitas de participar de um esquema de lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio. Conforme a decisão judicial que autorizou buscas e prisões, os 15 principais investigados teriam papel direto na movimentação e disfarce de recursos provenientes de atividades criminosas ligadas ao PCC.
As apurações seguem em andamento e podem revelar novas ramificações do esquema no setor de combustíveis e em outros segmentos econômicos.
