Audiência pelo tombamento do Antônio Guimarães teve clima de jogo

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Câmara Municipal de Sta. Bárbara d`Oeste

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A audiência pública sobre a possibilidade de tombamento do Estádio Antônio Guimarães que aconteceu na noite de ontem na Câmara Municipal de Santa Bárbara d`Oeste teve clima de jogo de futebol com vereadores vestindo a camisa do União Barbarense, faixas de torcidas organizadas, execução do hino do clube e ovação para quem defendia a ideia. A realização do evento foi inicialmente solicitada pelo vereador Carlos Fontes (União Brasil) e teve como principais apoiadores o presidente do legislativo, Paulo Monaro (MDB), Celso Ávila (PV), Careca do Esporte (Patriota) e Eliel Miranda (PSD).

Essa audiência deveria ter acontecido no dia 24 de agosto, porém, atendendo mandado de segurança requerido pelo escritório de advocacia que representa 98 profissionais credores do União, o Juiz Thiago Garcia Navarro Senne Chicarino da 1ª Vara Cível de Santa Bárbara d`Oeste decidiu conceder liminar suspendendo o evento. Em seu despacho, ele escreveu que não houve a observância do prazo mínimo de quinze dias de antecedência para divulgação da data designada, tal como determina a Lei Orgânica do Município. A nova data foi divulgada no mesmo dia.

O estádio do União Barbarense que tem 102 anos de existência está sob ameaça de demolição depois de ser arrematado junto com sua sede social num leilão realizado pela Justiça do Trabalho em dezembro de 2021, devido a dívidas trabalhistas que somam cerca de R$ 18 milhões. Os empresários americanenses Luís Antônio Penteado e Vitor Rosolen dos Santos se dispuseram a arrematar o imóvel numa venda direta por R$ 11,3 milhões, valor que deve ser destinado ao pagamento de verbas trabalhistas a ex-funcionários do clube.

A palestrante convidada foi a geógrafa Simone Scifoni, professora livre docente do Departamento de Geografia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP). Ela já atuou em instituições públicas de proteção do patrimônio cultural como o Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e o Condephaat/SP, é fundadora e membro da Rede Paulista de Educação Patrimonial e vice-diretora do Centro de Preservação Cultural da USP, além de coordenar o Grupo de Pesquisa Patrimônio, Espaço e Memória, certificado pelo CNPq. Simone explicou mostrando vários exemplos que o tombamento do estádio é viável e, inclusive, tem respaldo nas leis atuais.

Representando os empresários que demonstraram interesse na compra do estádio falou, por videoconferência, o advogado Cláudio Melo da Silva. Ele comentou que a Prefeitura de Santa Bárbara d’Oeste pode exercer direito de compra do estádio. “Cabe um esforço, neste caso, por parte do município para preservar essa história que é tão rica”, disse.

O historiador esportivo, jornalista e radialista JJ Bellani que é o maior conhecedor da história do estádio e do União, o também historiador Antonio Carlos Angolini e o torcedor Carlos Dalberto Festa, fundador e presidente de honra da TUSB – Torcida Uniformizada Sangue Barbarense fizeram uso da palavra para defender o tombamento. Na sequência, vereadores e representantes da torcida também tiveram oportunidades de expressar o que pensam.

A Rádio Luzes (AM 1360 e www.radioluzes.com.br) transmitiu a audiência ao vivo e tem reproduzido as falas dos convidados que usaram a palavra em seus programas esportivos.

Nenhum representante do Poder Executivo compareceu e isso gerou críticas por parte de alguns vereadores e convidados presentes. O presidente do CODEPASBO – Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico de Santa Bárbara d`Oeste, Graciano Santos Arosti, também não foi à audiência.

 

Site em prol do tombamento tem mais de 5 mil adesões

Pouco antes do início da audiência pública que discutiu a possibilidade de tombamento do Estádio Antônio Guimarães, o site da campanha (www.tombamentouniao.com.br) atingiu 5 mil adesões.

Se acontecer o tombamento, o estádio não poderá ser demolido para, por exemplo, a construção de algum empreendimento imobiliário no local. E nem poderá sofrer alterações em sua arquitetura sem a aprovação do Codepasbo.

 

Encontro com o prefeito

Carlos Dalberto Festa, líder do movimento denominado “Não à demolição do estádio do União!”, agora aguarda a marcação de uma audiência com o prefeito Rafael Piovezan. O pedido foi protocolado no dia 11 de setembro de 2023. Festa disse que deverá sugerir ao prefeito que troque uma das várias áreas do Município que estão sem utilização pelo Estádio Antônio Guimarães. Para isso, o prefeito teria de chamar os empresários que arremataram o patrimônio unionista e propor a troca.

 

 

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